Para controlar quarentena, prefeito cria abrigo para deixar quem chega à Jordão isolado por 14 dias
Para controlar quarentena, prefeito cria abrigo para deixar quem chega à cidade no AC isolado por 14 dias

Até esta quarta-feira (6), foram registrados 943 casos da doença em 13 cidades do estado. Nenhum deles foi registrado em Jordão. Para tentar evitar casos de Covid-19, a prefeitura de Jordão, no interior do Acre, reforçou as medidas de prevenção para que a doença não chegue ao município e determinou que quem chegar à cidade tem que cumprir quarentena em uma escola, por um período de 14 dias. Desta forma, a cidade, que é uma das mais isoladas no Acre e que tem pouco mais de 8 mil habitantes, consegue monitorar melhor essa entrada de pessoas. Chegar até Jordão só é possível por meio de barco ou avião de pequeno porte.
O secretário de saúde de Jordão, Antônio Carneiro, disse que a medida foi adotada após Tarauacá, também no interior, registrar os primeiros casos da doença na última semana. Até esta quarta, são oito casos na cidade de Tarauacá.
“Tarauacá é a porta de entrada aqui no Jordão, em todos os sentidos, tanto na entrada de insumos e de pessoas. Então o prefeito, junto com a comissão de Covid-19 resolveu adotar essa medida”, explicou o secretário.
A medida começou a vigorar na terça-feira (5), e todas as pessoas que chegarem ao município, mesmo os moradores, devem ser encaminhadas para a escola municipal Bernardo Abdon.
Preocupação com indígenas
Para ter o controle das entradas, uma barreira sanitária foi montada no acesso à cidade, onde as pessoas passam por triagem e todas as embarcações são abordadas. O prefeito do município, Elson Farias, disse que, de acordo com o último censo, da população do município, pelo menos 40% são indígenas, o que torna ainda mais preocupante a situação.
“Vale enfatizar é que Jordão não tem estrutura nenhuma para atender alguém que esteja com coronavírus. Nossa geografia é complicada, uma aeronave aterrizar para fazer um resgate com UTI área é na faixa de R$ 22 mil. A prefeitura não teria como atender. Temos uma população 40% de indígenas, que tem imunidade mais baixa e só nos resta tomar algumas atitudes”, defendeu.
A medida começou a vigorar na terça-feira (5), e todas as pessoas que chegarem ao município, mesmo os moradores, devem ser encaminhadas para a escola municipal Bernardo Abdon.
“Vale enfatizar é que Jordão não tem estrutura nenhuma para atender alguém que esteja com coronavírus. Nossa geografia é complicada, uma aeronave aterrizar para fazer um resgate com UTI área é na faixa de R$ 22 mil. A prefeitura não teria como atender. Temos uma população 40% de indígenas, que tem imunidade mais baixa e só nos resta tomar algumas atitudes”, defendeu.
Farias ressalta que o município é de difícil acesso e que as mediadas estavam sendo adotadas com algumas flexibilizações, mas com casos na cidade de Tarauacá, precisou de medidas mais severas.
“Às vezes não agrada alguns, mas a intenção mesmo é proteger a população. O que nos resta é tentar prevenir e a gente quer conseguir, nesse momento, fazer com que o vírus não chegue na cidade. A gente sabe que a qualidade não é de um hotel, mas que eles entendam que manter eles ali naquela escola é para salvar um ente querido”, conclui.
18 pessoas em isolamento
Um dia após a medida começar a vigorar no município, 18 pessoas já estavam no isolamento, nesta quarta-feira (6). O secretário disse acreditar que, desta forma, as pessoas vão evitar a entrada.
Carneiro disse que que uma normativa da secretaria de Saúde determina que o município fica responsável pela higienização do espaço e oferta a equipe de profissionais que dão assistência de saúde e limpeza. Já os familiares de quem estiver no isolamento devem manter a alimentação, material de higiene pessoal e dormida.
“Essas pessoas estão sendo assistidas por uma equipe da saúde. Há pessoas, que estão no isolamento, que fizeram vídeos e mandaram áudios dizendo que estão sem estrutura mínima, mas, nós estamos assistindo com profissionais de saúde”, concluiu.
Fonte:
Alcinete Gadelha, G1, Rio Branco, AC